O El Niño é um fenômeno em que as temperaturas da superfície da água no leste e centro do Oceano Pacífico aumentam, e estão relacionadas a condições climáticas extremas, como ciclones tropicais, fortes chuvas e secas diversas.
O ano de 2016 foi o mais quente já registrado no mundo, e esse registro coincidiu com um El Niño forte. No entanto, especialistas afirmam que mesmo em anos sem o fenômeno, as temperaturas extremas são alimentadas pela mudança climática.
De acordo com a Organização Meteorológica Mundial (OMM), existe uma forte probabilidade de que, nos próximos cinco anos, pelo menos um deles, ou até mesmo o período de cinco anos como um todo, seja o mais quente já registrado devido ao El Niño e ao aquecimento global causado pela atividade humana.
Wilfran Moufouma Okia, chefe do Serviço Regional de Previsão Climática da OMM, afirmou que é difícil dizer se isso acontecerá este ano ou no próximo, mas é provável que tenhamos um dos anos mais quentes já registrados nos próximos cinco anos.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou que está se preparando para um aumento na manifestação de doenças virais, como dengue, zika e chikungunya, relacionadas ao El Niño. Maria Neira, diretora de Meio Ambiente, Mudanças Climáticas e Saúde da OMS, afirmou que podemos esperar um aumento nas doenças infecciosas devido ao aumento da temperatura.
Durante o El Niño, os ventos que sopram para o oeste ao longo do Equador diminuem e a água quente é deslocada para o leste, tornando-se temperaturas mais altas na superfície do oceano. Esse fenômeno ocorre, em média, a cada dois a sete anos e pode durar de nove a 12 meses, de acordo com a OMM.
O El Niño tem um impacto significativo na agricultura no Brasil. Durante esse fenômeno, as mudanças nos padrões de temperatura e precipitação podem levar a consequências negativas para as safras e para o setor agrícola como um todo.
Uma das principais consequências do El Niño é a alteração do regime de chuvas em diferentes regiões do país. Em algumas áreas, pode ocorrer um aumento significativo das chuvas, causadas em inundações e encharcamento do solo. Isso pode levar à segurança, perda de nutrientes do solo e dificuldades na realização de atividades agrícolas, como o plantio e a colheita.
Por outro lado, em outras regiões, o El Niño pode trazer uma diminuição nas chuvas, ocorrida em períodos prolongados de seca. A falta de chuvas aplicadas afeta diretamente a disponibilidade de água para irrigação e também prejudica o desenvolvimento das culturas, causando estresse hídrico e redução na produtividade.
Além das mudanças nas chuvas, o El Niño também pode influenciar as temperaturas. Em algumas regiões, as temperaturas podem se elevar durante o fenômeno, levando ao aumento da evaporação da água do solo e maior demanda hídrica das plantas. Isso contribui para a desidratação das culturas e pode resultar em perdas significativas na produção.
O impacto do El Niño na agricultura brasileira varia de acordo com a região e o tipo de cultura. Culturas sensíveis à umidade, como o arroz e o feijão, são particularmente apoiadas pelas mudanças nos padrões de chuvas. Já culturas mais adaptadas à seca, como a soja e o milho, podem ser impactadas por falta de água durante períodos prolongados de seca.
Diante desses desafios, os agricultores brasileiros precisam adotar estratégias de adaptação, como o uso de sistemas de irrigação eficiente, práticas de conservação do solo e manejo adequado dos cultivos. Além disso, é importante contar com sistemas de monitoramento climático e previsão meteorológica para auxiliar na tomada de decisões relacionadas ao plantio, manejo e colheita das culturas.
Em resumo, o El Niño afeta a agricultura no Brasil por meio de alterações nos padrões de chuvas e temperaturas, podendo causar inundações, secas e estresse hídrico. Esses eventos extremos climáticos podem levar a perdas na produção agrícola e medidas de adaptação por parte dos agricultores para minimizar os efeitos negativos.
Editoria: Coccamig
Fonte: Reuters
05/07/2023 – 16:28