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XVII Seminário de Responsabilidade Social reforça protagonismo do cooperativismo mineiro

Com o tema “Negócios Sustentáveis são mais Prósperos”, evento destacou ações como o Dia de Cooperar, criado pelo Sistema Ocemg.

No XVII Seminário de Responsabilidade Social das Cooperativas Mineiras, líderes, cooperados e funcionários das cooperativas de Minas Gerais estiveram reunidos no hotel Ouro Minas, no dia 23 de novembro, para ampliar as discussões sobre responsabilidade social no setor. Com o tema “Negócios Sustentáveis são mais Prósperos”, o evento realizado pelo Sistema Ocemg, destacou a sustentabilidade inerente ao cooperativismo, mostrando seu crescimento significativo no País e no Estado.

O coop mineiro tem feito a diferença no que diz respeito às iniciativas sociais e ambientais, como o Dia de Cooperar, que, desde que foi criado em 2009 em Minas Gerais, já beneficiou 14 milhões de pessoas por meio do trabalho de 490.980 mil voluntários. Em 2015, o programa foi expandido para todo o Brasil através do Sistema OCB. No total, 26 milhões de pessoas foram alcançadas com a participação de  1 milhão ,  de voluntários até o ano passado, se caracterizando como o maior programa de voluntariado do Brasil.

O presidente do Sistema Ocemg, Ronaldo Scucato, salientou que o Dia C abriga todos os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS). “Nós fazemos com paixão, pois temos comprometimento com o cooperativismo. É importante lembrar que o Econômico é o prioritário, é o carro-chefe, pois ele reboca o social. Não se constrói um paraíso social em cima de uma ruína econômica. É necessário que o negócio cooperativista dê resultado positivo para que se possa aplicar no social”.

Scucato lembrou, ainda, do Tripé da Sustentabilidade definido em 1994 pelo sociólogo britânico John Elkington, conhecido como 3Ps: People (Pessoas), Planet (Planeta) e Profit (Lucro/Resultado). “A sociedade encontrou um quarto P, o purpose (Propósito), que direciona humanidade para frente, saindo da mesmice, indo em direção ao novo. Mas a equipe do Sistema Ocemg trouxe o quinto P, o Process, que significa processo. O processo cooperativista exercido com dignidade. E é isso o que temos feito em Minas Gerais, trabalhar para a grandeza do ser humano”.

O cooperativismo e a solidariedade

O gerente do Núcleo Inteligência e Inovação do Sistema OCB, Guilherme Souza Costa, observa que o cooperativismo mineiro é o principal influenciador dessa grande corrente do bem, pois possui capilaridade, consistência e investimento social responsável. “Minas Gerais é protagonista. Mais de 40% das cooperativas que participam do Dia de Cooperar no Brasil são daqui. Mais de 30% das ações acontecem em território mineiro e mais da metade do valor investido é de vocês”, enumerou. “Minas continua sendo o epicentro. Vocês não fogem dos desafios”.

O deputado estadual Antônio Carlos Arantes (PL), presidente da Frente Parlamentar do Cooperativismo (Frencoop-MG), também participou da abertura do evento. “Tenho muito orgulho do cooperativismo mineiro. Debaixo do guarda-chuva do Sistema Ocemg, nossas cooperativas têm sido exemplo para o Brasil e para o mundo, e estão ajudando a melhorar e a transformar milhares de vidas nos quatro cantos de Minas Gerais”, disse.

Aprendizado e emoção

O evento contou com a participação de especialistas em responsabilidade social, incluindo Denise Hills, que é conselheira de sustentabilidade e pioneira dos ODS, na América Latina. Em sua palestra, ela falou sobre negócios que geram valor para a organização e para a comunidade. Denise abordou a importância do cuidado com o planeta e o meio ambiente. Reforçou ainda os ODS como um guia para as cooperativas. “Ele é um norte para o sucesso empresarial. É como se fosse uma lista de tarefas para a humanidade”.

Durante o Seminário, foi realizado um painel sobre o desperdício alimentar e o combate à fome, com a participação de Isabel Soares, fundadora da cooperativa Fruta Feia, de Lisboa, e Túlio Notini, diretor-executivo da Yunus Brasil, mediado por Rosilene Rosado.

Em sua fala, Isabel apresentou a atuação da coop portuguesa, cujo objetivo é reduzir o desperdício alimentar e otimizar recursos agrícolas, gerando valor para produtores e consumidores. Ela aproveitou o momento para reforçar a importância do cooperativismo para trabalhos que gerem impactos nas sociedades. “Se fôssemos uma empresa, e não uma cooperativa, não teríamos conseguido tanta ajuda para tocar o projeto”, mostrou.

Ainda no painel, Túlio detalhou os processos da Yunus Brasil, empresa que tem foco na atuação de grandes multinacionais com objetivo de destravar o potencial de transformação social e ambiental delas. Para que os negócios se tornem sociais, ele explica que o primeiro passo é entender o problema existente. “Isso é feito através de pesquisa e conexão. A partir daí, é possível compreender a origem dessas questões e começar a pensar em maneiras de solucioná-las”.

Rosilene Rosado, consultora ESG certificada em GRI e em Gestão de Negócios Sustentáveis pelo Programa de Gestão Sustentável do International Business Management Institute (Berlim), ministrou a palestra  “Sustentabilidade, ESG e Cooperativismo – Uma Agenda pela Prosperidade”. Ela reforçou a necessidade das entidades propagarem essa prosperidade que o cooperativo gera, impactando o desenvolvimento local de maneira significativa. “Temos exemplos fantásticos em todas as regiões de Minas Gerais, com impactos socioeconômicos significativos. Toda a sociedade ganha, reinvestindo nas comunidades de maneira sustentável e equilibrada”.

O maestro e pianista João Carlos Martins, considerado um dos maiores artistas da música clássica brasileira, fechou o evento com a palestra “A Volta por Cima”. Ele compartilhou sua história de superação, seus sucessos e desafios na música erudita, além da sua luta pela democratização cultural. A participação de João Carlos Martins emocionou o público, tanto pela história de vida contada, como pela apresentação de vários clássicos.

O que dizem os participantes

O seminário proporcionou não só conhecimento aos participantes, mas também a oportunidade de reforçar a importância da responsabilidade social e do Dia de Cooperar. Essas ações, na opinião da diretora de Recursos Humanos da cooperativa Coenf+ Saúde, Liliane Rodrigues Almeida, são importantes dentro da cultura institucional. “A sensibilização e conscientização das necessidades do mundo, principalmente no que tange às questões sociais e ambientais, pensando nas ODS, são feitas a partir de um ‘trabalho de formiguinha’. Por isso, é preciso esse trabalho e engajamento das pessoas envolvidas na instituição. O próprio viés das cooperativas está voltado para isso”.

Izabella Amaral Souza, funcionária do Sicoob Credivale, que atua na área social da coop, destaca o comprometimento do Sistema Ocemg de promover um seminário voltado para este tema. “Sempre fazemos questão de participar. O Dia C é um diferencial nosso, pois contribui para a sociedade e mostra a essência do cooperativismo. Nós já fizemos várias iniciativas e foi muito gratificante, pois sabemos que estamos impactando muitas pessoas através das ações”.

O presidente do Conselho de Administração do Sicoob Coopsef, Geber Soares de Oliveira, enfatiza o comprometimento de sua coop em estimular seus cooperados a promoverem mais ações. Para isso, ele busca conhecimento em eventos como o seminário. “É essencial essa inserção das cooperativas na sociedade, por isso é importante buscarmos maneiras de envolver as nossas cooperativas e melhorar ainda mais a nossa atuação na comunidade onde estamos inseridos”.

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