INFORMATIVOS DA COCCAMIG

Conduta Cafeeira - Minha Opinião !!!

Em tempos de “vacas gordas”, observamos que a condução do negócio permite menos precisão nas decisões, tudo é mais tolerável, ou em outras palavras, se sujeita até uma especulação maior com estoques e safras. Fato que na prática, não deveria acontecer, pois a conduta deveria ser a mesma em épocas de pujança ou de penúria. 

Quando trazemos esta analogia para o mercado de café, vem à pergunta: qual deve ser a conduta do produtor de café na atual conjuntura? A resposta para esta indagação não é muito simples, justamente em função da diversidade e particularidades existente no setor, mas, via de regra, na pujança ou na penúria o tratamento deveria ser o mesmo. Ainda de acordo com o contexto, vale lembrar que estamos passando por momento de safra no Brasil e que em 2014, a safra não será muito diferente da vigente, 50 milhões de sacas, para não dizer o contrário, maior. Com isto, caldo de galinha e dinheiro no bolso, passa a ser sinal de inteligência e de prudência. Isto porque não existe atualmente nenhum fator que nos leve a pensar no mercado diferentemente do que temos até então; desta forma, este só poderia mudar se tivéssemos condições adversas de clima ou ações governamentais, e por falar em clima, a probabilidade de ocorrência de geada esta ficando a cada dia mais distante, mas também não podemos desprezar demasiadamente as possibilidades. Por isso tenho sugerido para aqueles que possuem receios com eventos como geada, o seguro de preço, que poderá ser usados para quem já vendeu o produto e quer continuar participando das altas de preço, se elas acontecerem, ou por aqueles que possuem o estoque e precisam se proteger contra as quedas de preço. Nas duas situações irá ocorrer o pagamento do prêmio para obtenção destes seguros. Estes artifícios precisam ser mais utilizados pelo setor, para evitarmos situações desagradáveis, a exemplo do que aconteceu em 2011, quando produtores financiaram seus estoques, perdendo boas oportunidades de venda para o café, ao preço de 540 reais á saca; como também evitarmos a criação de estoques exagerados, que servem para fortalecer os países concorrentes e tirar mercado consumidor do produto brasileiro.

 Em relação a 2014, o enredo não é muito diferente do que foi falado. Continuamos orientando produtores e cooperativas a fixarem suas vendas futuras, para que tenham uma redução de riscos de mercado na próxima temporada. Lembrem-se sempre disso, somos eternos “comprados” em café. Sabemos que os preços atuais não refletem uma oportunidade de negócio, mas a comercialização é sinal de prudência e sobrevivência. Por isso em um cenário de mais certezas do que incertezas diminuir através das vendas futuras o risco de preço em 20% ou 30%, não é de tudo ruim. Depois disto, é aguardar o desfecho, que poderá ser totalmente diferente do imaginado por todos nós. Vivemos no mercado de café, lembrem-se disto!

As propriedades destas palavras não estão baseadas somente na evidencia dos fatos e fundamentos, mas principalmente no cuidado que devemos ter como produtores de café e instituições representativas do setor. Não adianta querermos hoje o preço de ontem... O mercado sempre será soberano as nossas vontades. Bons negócios a todos!
Leandro Gomes Ribeiro Costa - Analista de Mercado do Sistema Coccamig
T. 35-8871-2050 // 3214-2166